quarta-feira, dezembro 14, 2011

Crumble de maçã, sementes e pimenta

Quando há dias que não correm tão bem, nada como chegar a casa e fazer um crumble. Assim nasceu esta receita.




Ingredientes:
200 g de farinha
100 g de margarina amolecida
100 g de açúcar
6 maçãs 
1 pêra
limão
sementes de papoila
sementes de girassol
pimenta moída na hora*
canela moída
noz moscada moída


Numa taça juntam-se a farinha, a margarina amolecida e o açúcar. 
Amassa-se com um garfo de forma a ficar com aspecto de migalhas.
Descascam-se as maçãs e a pêra.
Rega-se com limão, para não oxidar.
Adiciona-se a canela e a noz-moscada moída.
Com a varinha mágica, transforma-se a fruta num misto de puré com alguns pedaços soltos. Se necessário, adiciona-se um pouco de água para a varinha conseguir desfazer a fruta.
Deita-se o puré num pirex e polvilha-se com as sementes de girassol e de papoila.
Adiciona-se a pimenta moída na hora.
Cobre-se com a massa sem calcar.
Vai ao forno, pré-aquecido a 180 graus, até ficar dourado.


Pode-se comer quente com uma bola de gelado. Como não tinha gelado comi só o crumble e soube muito bem.


thermomix/bimby
Coloca-se no copo a farinha, a margarina amolecida e o açúcar.
Amassa-se 30 seg/vel 4. Retira-se e reserva-se.
Descascam-se as maçãs e a pêra
Rega-se com limão, para não oxidar.
Coloca-se a fruta no copo e adiciona-se a canela e a noz-moscada moída. 
Pica-se 10 seg/vel 5.
Deita-se o puré num pirex e polvilha-se com as sementes de girassol e de papoila.
Adiciona-se a pimenta moída na hora.
Cobre-se com a massa sem calcar.
Vai ao forno, pré-aquecido a 180 graus, até ficar dourado.

Pode-se comer quente com uma bola de gelado. Como não tinha gelado comi só o crumble e soube muito bem.

* usei uma mistura de pimentas (preta, verde, rosa, da jamaica)


A receita de base foi retirada do livro da Vorwerk " Base - Bimby as receitas essenciais".

quinta-feira, dezembro 08, 2011

Um amor e Trufas Picantes

Sempre vivemos separados durante a semana. O nosso amor preenchia-se em dois dias. No início era mais difícil. Segunda-feira e a despedida eram um tormento. Mas com o passar dos anos foi-se tornando mais fácil... mais tranquilo. O que importava era aproveitar ao máximo o fim-de-semana. Não existia mais nada naqueles dois dias... só nós os dois. Segunda-feira era só um dia e quanto mais cedo se passasse, mais cedo chegava sexta. Era à sexta que nos juntávamos. 


No Verão íamos para o alpendre acabar o nosso jantar com umas trufas picantes e um copo de vinho tinto. Levávamos 5 trufas num prato e a última era partilhada pelos dois. Ele trincava a trufa de forma a quebrar a capa dura, percorria a ganache com os dentes e dividida-a. Com um beijo ia buscar a minha metade e assim ficávamos juntos  toda a noite. Quando chegava o frio, mudávamos o nosso ritual para frente da lareira. O crepitar, o calor da lareira, o vinho e o chocolate picante aquecia-nos a alma e o corpo. Por vezes ficávamos calados a apreciar o calor. Ele pegava em mim e íamos para o quarto para nos reencontrarmos. Só acordávamos sábado à tarde de um sono repousado de tudo o que não descansámos durante a semana.

Os preparativos do reencontro começavam na quinta. Quando chegava a casa começava a preparar a ganache das trufas. Ia à caixa com as fichas de receitas. Encontrava logo a das trufas, pois era a que estava mais suja.  



Ingredientes:
125 g de natas
600 g de chocolate de culinária
1 colher de chá de piri-piri
2 colheres de chá de baunilha
cacau em pó

Ferve-se as natas com o piri-piri e a baunilha. 
Retira-se do fogão e adiciona-se 300 g de chocolate cortado aos pedaços. 
Mistura-se até o chocolate estar derretido. Vai ao frigorífico.
Retirar do frio, quando o recheio tiver consistente, para fazer bolas.
Depois de fazer as bolas, faz-se a têmpera do restante chocolate (derreter a 45 graus e depois arrefecer a 32 graus numa bancada com a ajuda de espátulas) . 
Cobrir as bolas com o chocolate derretido e com ajuda de um garfo, retirar o excesso da cobertura (bater o garfo no recipiente de forma a escorrer o excesso de chocolate). 
Por fim, envolver a bola em cacau em pó num tabuleiro.
Esperar um pouco para a cobertura enrijecer e estão prontos a comer.



Apesar de já saber a receita de cor gostava de a ter sempre  ao meu lado, pois foi ele que a escreveu enquanto eu a cozinhava pela primeira vez. Fazíamos muito esse ritual. Eu inventava novos pratos e ele, sentado na cozinha, ia escrevendo a receita. Para me lembrar do seu beijo provava sempre a ganache. A combinação de piri-piri e de chocolate faziam-me sempre recuar ao fim-de-semana passado. 

E assim se passaram os anos. Cada um tinha o seu trabalho. Parece estranho, mas nunca quisemos alterar a nossa rotina. Cada um amava o seu trabalho e não o queria abandonar. No fim-de-semana vivíamos um para o outro. Não havia mais nada nem ninguém que nos pudesse separar. 
Agora continuo o ritual das trufas picantes. Em frente à lareira relembro os momentos que passámos juntos e corto sempre a última trufa a meio. O doce e picante fazem-me relembrar o seu beijo doce e dá-me forças para continuar sabendo que um dia voltarei a estar ao seu lado.


Com esta receita participo no desafio Chocolate e Picante: Um desafio de receitas com histórias dentro.